quarta-feira, 18 de abril de 2018

Calhamaço

Os livros não se medem aos palmos, toda a gente que os ama de paixão sabe disso, os livros não se medem pelas páginas, não se medem pelo peso, não se medem pela capa, não se medem pelo tempo que nos demoram a ler, não se medem pelo cheiro, embora tudo isso seja apaixonante nos livros. Os livros não se medem aos palmos, medem-se pelas emoções, medem-se pelos sentimentos, medem-se por aquilo que nos fazem e que nos mudam, toda a gente que os ama de paixão sabe disso, que os livros são capazes de mudar vidas, de nos mudar o mundo.
Os livros não se medem aos palmos, mas apesar disso não há nada como um bom calhamaço. Um calhamaço daqueles que nos pesa na mala, mas que nos deixa a alma leve. Um calhamaço daqueles que nos faz doer os braços de tanto ler, mas que nos faz sonhar. Um calhamaço daqueles que queremos muito acabar para saber o fim, mas que não queremos acabar porque cada frase nos parece o melhor do mundo. Um calhamaço daqueles intermináveis, mas que nos prendem a ele. Um calhamaço daqueles que lemos, e relemos e voltamos a reler, mas que há sempre algo de novo a descobrir. Um calhamaço que de tão bom se torna um dos livros da nossa vida. Um calhamaço daqueles que sabemos de cor, mas que tem sempre coisas escondidas nas entrelinhas. Um calhamaço daqueles que nos orgulhamos de ler, de ter e que nos sentimos especiais por isso.
Os livros não se medem aos palmos, toda a gente que os ama de paixão sabe disso, mas apesar disso, não há nada como um bom calhamaço. Na minha vida quero que sejas um calhamaço, desses, que nos ficam para sempre.

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